quarta-feira, 23 de abril de 2014

Tratamento da cárie no dente de leite evita problemas nos permanentes

Quando o bebê está na barriga da mãe, os dentes de leite já começam a se formar, mas só costumam aparecer quando a criança completa 6 meses de vida.
Depois de alguns anos, esses dentes começam a ficar moles e chega o momento da troca pelos permanentes. Porém, mesmo nessa fase, a criança pode ter complicações, como alertou a especialista em reabilitação oral Ana Paula Uzun no Bem Estar desta quinta-feira (23).
Segundo a especialista, os dentes de leite, apesar de não serem permanentes, podem apresentar complicações. No caso da cárie, por exemplo, muitos pais pensam que não é preciso fazer tratamento já que o dente vai cair, mas isso é um erro. Quando a cárie não é tratada, a bactéria pode entrar pelo canal do dente e promover uma infecção no dente permanente, que está logo abaixo. Com isso, o permanente pode nascer já com alguma imperfeição, como má formação, falta de uma ponta ou manchas.
Fora essas consequências, se não houver o tratamento, a cárie aumenta e pode tomar todo o dente - se ele estiver completamente cariado, o dentista não tem o que fazer a não ser extraí-lo.
O problema é que quando o dente de leite é extraído precocemente, antes de amolecer, ele deixa um espaço que é tomado pelos outros dentes de leite, que se movimentam e interrompem o crescimento dos permanentes. Com isso, os permanentes podem ficar reclusos, crescerem pela metade ou tortos.
Quando o dente amolece e cai naturalmente, muitas crianças ficam na dúvida do que fazer – por exemplo, existem aquelas que jogam no telhado e fazem um pedido, enquanto outras colocam debaixo do travesseiro para a fada pegar e trocar por uma recompensa, como mostrou a reportagem do Rafael Castro, de São Carlos, no interior de São Paulo.
O problema é que esses dentes jogados fora fazem falta para um banco de dentes da USP, na capital paulista – lá, eles são usados para pesquisa e ensino, como explicou o coordenador José Carlos Imparato.
Dentes de qualquer tipo – cariados, restaurados e sadios – podem ser doados pessoalmente no banco ou até pelo correio.
Mas o coordenador alerta que é importante colocar o nome, idade, telefone e email para que eles possam entrar em contato, caso seja necessário. Junto com esses dados, o doador precisa ainda preencher e assinar um termo de doação, permitindo que as pesquisas sejam feitas (se você quer ser doador, clique aqui para imprimir a autorização).
Escovação
Para quem usa aparelho, é bastante difícil fazer a higienização dos dentes. Segundo a especialista em reabilitação oral Ana Paula Uzun, a peça colada no meio do dente dificulta a escovação principalmente perto da gengiva.
Por isso, é importante tomar alguns cuidados com a escovação. O ideal é usar uma escova específica, mas mesmo com a escova comum, é possível limpar essa região. A especialista acrescenta ainda que, para quem não usa aparelho, a escovação deve ser feita começando pelo último dente, de trás, e sempre em movimentos circulares.
Mordida cruzada
Quando ocorre uma alteração no crescimento facial, seja pela perda de dentes precocemente ou até por chupar o dedo na infância, o paciente pode desenvolver a mordida cruzada. Ela acontece quando os dentes de cima estão para dentro dos dentes de baixo, seja apenas de um lado ou dos dois, como explicou o cirurgião bucomaxilofacial Gabriel Pastore.
Em crianças, o tratamento é feito com o aparelho ortodôntico que aproveita a própria força do crescimento para corrigir. Nos adultos não há mais crescimento ósseo e, por isso, o tratamento é feito com cirurgia – sob anestesia geral, ela é feita em hospital, onde o dentista faz três incisões do lado superior dos dentes e depois faz um corte no osso para fragilizá-lo. Dessa maneira, o céu da boca fica mais largo e a mordida é corrigida. Depois da cirurgia, o paciente usa um aparelho por 10 dias para aumentar ainda mais essa expansão.
O médico explica que, quando a mordida cruzada é tratada, além da melhoria estética, o paciente tem também melhora na respiração, na fala e na mastigação.
Restauração
Se o paciente nota uma mancha amarela ou marrom no dente, ele pode se assustar.
Mas se a mancha for branca, também é sinal de preocupação e pode ser o primeiro indício de cárie – se estiver acompanhada de dor, significa inclusive que o problema já está em um estágio avançado. Em caso de lesão por cárie, pode ser que seja necessário fazer uma restauração, assim como em caso de trauma externo, manchas e infiltrações, desgastes ou ausência de dentes.
Para saber qual o material indicado para o procedimento, no entanto, o dentista deve considerar a idade do paciente, o que ele costuma comer e beber e alguns hábitos, como roer unhas e ranger os dentes, que podem fraturar a restauração. No caso da Elisa, por exemplo, mostrada na reportagem da Natália Ariede, o material escolhido foi a resina para igualar o tamanho dos dentes – o lado bom dessa alternativa é que a cor do dente fica semelhante e os reparos são feitos sem grandes transtornos.
Mas existem casos em que a resina não é indicada e materiais mais resistentes, como a porcelana, são as melhores opções. Comparada à resina, a porcelana tem um desgaste menor ao longo do tempo e é produzida em um laboratório especializado – por isso, ela demora mais para chegar e é mais cara.
Essas restaurações que se assemelham à cor do dente são técnicas recentes que passaram a ser mais escolhidas por causa da aparência estética. Por isso, elas acabaram substituindo os procedimentos feitos com amálgama, um material bem escuro e de vida longa, bastante comum antigamente.

Fonte: BemEstar.com.br

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