segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cuidados Bucais

Os números são para deixar qualquer um de boca aberta. Segundo Levantamento do Ministério da Saúde, 58% dos brasileiros não fazem uso correto da escova de dentes. Isso significa que, pelo menos seis, em cada dez brasileiros, consumiram o produto de forma esporádica ou inadequada. E mais: um terço da população nunca se submeteu a um tratamento dentário. Atualmente, cerca de 40% dos brasileiros já perderam todos os dentes. Segundo o Ministério, a incidência de doenças bucais e a perda de dentição é maior em pessoas acima dos 65 anos. Mas, entre os jovens, os números também são preocupantes: 40% deles, entre 15 e 19 anos, já perderam pelo menos um dente. E o principal motivo, na maioria dos casos (93%), é a cárie. Segundo especialistas, a má saúde bucal dos brasileiros é resultado da falta de cuidados básicos de higienização. Problemas simples como a cárie, podem se transformar em casos complexos - tratamento de canal -, se as pessoas não adotarem medidas preventivas, como escovar os dentes todos os dias, usar o fio dental e evitar o excesso de açúcar e café.
Escovação diária 
Sinais de alerta
Doenças periodontais  
Para melhorar a saúde bucal dos brasileiros, os dentistas reforçam a velha máxima do “escovar os dentes todos os dias”. E, de preferência, “após cada refeição” e “antes de dormir”, também. O ato da escovação, porém, não inclui somente a escova de cabo anatômico e cerdas macias. É preciso usar, ainda, fio dental. É ele – e não a escova – que remove a placa bacteriana que fica entre um dente e outro. “É um erro achar que a higiene bucal está concluída após a escovação. O uso do fio dental é tão importante quanto o da escova de dentes. Com o fio dental, é garantida a remoção de resíduos alimentares, de lugares em que a escova não conseguiria removê-los”, reforça Norberto Lubiana, presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). “O dentista pode até indicar qual é a melhor forma de cada paciente escovar seus dentes. Mas a regularidade é o mais importante”.
Dentistas afirmam que uma boa higienização é capaz de prevenir as doenças bucais mais comuns, como cárie, tártaro e gengivite. A maioria delas, aliás, é resultado do acúmulo de bactérias entre os dentes. Em contato com os resíduos alimentares, essas bactérias formam uma crosta espessa e amarelada: a placa bacteriana. A escovação diária promove a remoção dessa placa e reduz a incidência de doenças bucais. É durante a escovação que podemos detectar quando algo não vai bem em nossa boca. Um dos principais sintomas de cárie – a mais comum de todas as doenças bucais – é a dor de dente. É preciso estar atento para a dor constante em um mesmo dente, ou quando ingerimos algo doce ou gelado. É sinal de que está na hora de agendar uma visita ao dentista. “Hoje, utilizamos um critério individualizado de risco para agendar a frequência anual de visitas ao dentista. Pacientes com alto risco de desenvolver cáries devem ir a cada 3 meses. Pacientes com baixo risco, uma vez por ano. Já pacientes com médio risco, a cada 6 meses”, diz Marcelo Calamita, presidente da Academia Brasileira de Odontologia Estética.
As indesejáveis bactérias são responsáveis também pelo mau hálito. Em alguns casos, a halitose pode ser causada por fatores sistêmicos, como o diabetes, mas, na grande maioria das vezes, as causas são pontuais, como a má higienização. É preciso estar atento à formação da saburra – massa esbranquiçada que se forma no dorso da língua e que é facilmente removida pela escovação. Outro sintoma de que algo não vai bem é quando a gengiva sangra durante a escovação. Se o sangramento não for provocado por uma escova com cerdas duras demais, é sinal de que ela pode estar inflamada. Nestes casos, a gengiva perde a coloração rosada, e adquire um tom avermelhado. Detalhe: a simples remoção da placa bacteriana pela escovação já é suficiente para reverter a inflamação. Se a placa não for removida pela escovação, pode calcificar (endurecer) e dar origem ao tártaro. Ela pode ser retirada em casa, mas o tártaro, não. Quando a gengivite provocada pela placa bacteriana não é tratada a tempo, coloca em risco o ligamento periodontal, que une o dente ao osso. Com o tempo, a periodontite pode levar à perda dos dentes.
“Quando tratada corretamente, a gengivite não causa prejuízos ao paciente. Mas, no caso da periodontite, os danos podem ser irreversíveis. Ou seja, vale a máxima de que prevenir ainda é o melhor remédio. Quanto mais cedo se diagnosticar o problema, melhor. Não devemos esperar os dentes começarem a doer, para procurarmos o dentista”, afirma Luciano de Oliveira, diretor da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral. Estudos revelam que a periodontite pode servir de porta para as bactérias entrarem no organismo, através da corrente sanguínea. Quando isso acontece, o paciente fica vulnerável a problemas cardíacos, doenças respiratórias e complicações do diabetes. “Temos que considerar que a boca está integrada ao organismo, e que o sangue que circula pelo corpo também passa pelos vasos sanguíneos em torno dos dentes. Se temos bactérias que causam doenças à gengiva, elas podem cair na corrente sanguínea e alojarem-se em outras partes do corpo”, avisa Norberto Lubiana.

Fonte: www.revistavivasaude.uol.com.br

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